MEU PLANETA TERRA.

PAZ E BEM! Aos meus irmãos, aos nossos irmãos, sejamos um pouquinho como São Francisco de Assis. Refletimos hoje sobre a vida desse Santo que nos ensinou como ninguém a amar Jesus Cristo, Deus Pai e todas as criaturas como um ser único: A VIDA Dia 04 de outubro comemoramos o dia de São Francisco de Assis, o patrono da ecologia. O homem que mais se aproximou de Jesus Cristo, viveu cada linha dos evangelhos, amou e se declarou irmão de cada ser vivo que Deus colocou na face da Mãe Terra. Igualmente Amou os elementos da natureza porque são criações de Deus, um presente para que a vida fosse possivel. Cada animal, cada planta, ele considerava como irmãos. Hoje o planeta está ameaçado, a ecologia nos alerta que somos todos elos da mesma VIDA:vegetal e animal. Se cada uma dessas vidas desaparecerem já estaremos também ameaçados a desaparecer. São Francisco como Cristo nos mostrou o caminho... Viver simplesmente... São Francisco de Assis, rogai por nós
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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

AS SEQUÓIAS


Sequóias na Califórnia – Uma floresta de gigantes

Redwoods in the mist
Continuando nossa viagem pela Califórnia, saímos de Santa Cruz, também conhecida como o berço do Surf na Califórnia e seguimos em direção a San Francisco. Desde que começamos a pensar em uma viagem mais longa nos EUA, um dos locais que estavam no topo da lista era a Califórnia. Dentre as diversas variáveis que considerávamos e que levou a escolha deste destino estava a minha vontade de conhecer alguns fragmentos florestais remanescentes das lendárias florestas de sequóias da costa Oeste dos Estados Unidos.
Floresta de Sequóias ao Sul de San Francisco
Como descemos pela Highway 1 de San Francisco até Santa Cruz, margeando o Oceano Pacífico, planejei a volta para San Francisco desta vez passando pelo interior, de modo que pudessemos conhecer o que restou destas florestas. Nesta fase o Googlemaps foi de fundamental importância para a escolha do traçado a ser seguido.
Copas de Sequoia sempervirens
Desta forma, o trajeto passaria por três parques estaduais, sendo dois deles voltados principalmente à conservação de uma das duas espécies de Sequóias existentes na Califórnia e no mundo.
Estrada numa Floresta de Árvores gigantes
Bem, ambas as espécies de sequóia existentes na Califórnia pertencem à família Cupressaceae, porém elas variam em seus respectivos gêneros e localização geográfica de ocorrência natural. Curiosamente, ambas as espécies são as únicas espécies sobreviventes dentro do seu genêro e hoje são endêmicas na região. No entanto graças aos estudos paleobotânicos se saiba que no passado se distribuiam por boa parte do hemisfério norte, incluindo partes da Europa, Asia e América do Norte.
Troncos de Sequoia Sempervirens
A principal razão para este endemismo, é o fato de cada uma das espécies necessita de condições ambientais específicas para seu desenvolvimento, a primeira espécie que fomos conhecer nesta primeira etapa “florestal” de nossa viagem pela Califórnia foi a Sequoia sempervirensconhecida como Coastal Redwood. A segunda espécie (Sequoiadendron giganteum) por sua vez, conhecemos posteriormente na região sul do Parque Nacional de Yosemite no Leste da Califórnia.
Detalhe da Casca Sequoia sempervirens
A Redwood ou Sequoia sempervirens é uma espécie nativa da América do Norte, e ela é encontrada naturalmente nos dias atuais apenas na costa oeste dos Estados Unidos.  Interessante observar que as redwoods ocupam uma estreita faixa de terra de cerca de 750 km de comprimento, indo desde a baía de Monterey (onde está Santa Cruz) até o Estado do Oregon (ao norte da Califórnia) e com cerca de 8 a 75 km de largura ao longo da costa do Pacífico da América do Norte.
Floresta da Costa Pacífica dos EUA
Além de sua beleza e sua casca com uma coloração avermelhada que dá o nome popular à espécie (Redwood), ela recebe destaque todo especial pelo seu porte. Afinal de contas trata-se da espécie de árvore mais alta da Terra, com exemplares chegando até cerca de 120 m de altura. O equivalente a um edifício de cerca de 30 andares.
Floresta de Gigantes
Geralmente são encontradas em uma altitude que varia dos 30 aos 750 metros, ocasionalmente, até mesmo do nível do mar e até 920m de altitude. Como trata-se de uma espécie com grande dependência hídrica, elas geralmente crescem nas montanhas, onde ocorre a precipitação da umidade do oceano (chuvas orográficas). Ou seja podemos dizer que esta espécie adora o Clima úmido e frio típico de San Francisco.
Tronco milenar em decomposição
As árvores mais altas e mais antigas, por sua vez são encontradas principalmente em vales profundos (geralmante chamados de Groves) e barrancos, onde  precipitação e o nevoeiro são mais frequentes. As árvores encontradas acima da camada de névoa (aproximadamente 700 metros), são bem menores devido à seca, ocorrencia de ventos e condições mais frias.
Aspecto da Floresta na Beira da Estrada
Dentre as outras espécies de árvores que crescem associadas com a Sequoia sempervirens neste ecossistema único, temos: o Tanoak, uma espécie de Carvalho e outros pinheiros como o Douglas Fir e uma outra espécie de Pinus que não soube definir ao certo qual era. Creio que Pinus Ponderosa. Como mencionei anteriormente o nevoeiro é de grande importância na ecologia desta espécie que necessita de ar frio e nevoeiro costeiro constante para manter a floresta sempre úmida ao longo do ano todo.
Foto da neblina típica nesta floresta (Foto obtida no Google Images)
Quando acontece uma seca a espessa casca, rica em tanino, combinada com uma copa que começa bem acima do solo, garante uma boa proteção contra os incêndios florestais comuns da Califórnia, bem como contra os danos causados por insetos. Assim contribuindo para a longevidade da Sequóia Costeira (Coastal Redwood).
No interior de Uma árvore Parcialmente destruida num Incêndio
Lembrando que antes mesmo dos incêndios florestais serem causados pela ocupacão humana eles já faziam parte da ecologia da espécie que necessita de fogo para sua renovação. A espécie destaca-se, além de seu impressionante porte, por sua longevidade. Pode viver por milênios e, neste período, ultrapassar os 100 metros de altura e algumas dezenas de metros de circunferência em sua base. Isso representa uma quantidade absurda de madeira. Tanto que de uma árvore podem ser construídas mais de 30 casas.
Mau ao lado de um tronco de Sequoia
Pois bem, deixando um pouco de lado a Engenharia Florestal. O primeiro dos 3 parques que gostaríamos de visitar era o Parque estadual Henry Cowell localizado a poucos kilômetros de Santa Cruz. Criado em 18.08.1954, o parque fica no extremo sul da ecorregião das florestas de Sequóias da costa Californiana.
 
Acesso ao Parque Estadual Henry Cowell
Porém a estrada de acesso estava interditada para obras, tivemos que usar um desvio para conseguirmos chegar até a entrada do parque. Pelo caminho, chegamos a ver algumas várias sequóias, muitas delas gigantescas. Mas como já havia ouvido falar que os melhores indivíduos, fragmentos e populações estavam no outro parque só passamos por ele.
Aspecto do Subbosque da Floresta Sequóias
Aproveitamos e demos uma paradinha num mercado na cidadezinha de Felton, pelo meio do caminho antes de continuarmos viagem em direção ao grande destaque desta parte da viagem. Reparando na arquitetura da cidade e localização das casas próximas às florestas passei a entender como que os incêndios florestais fazem tantos desabrigados na Califórnia.
Mercado em Felton, California
Seguimos cerca de mais 30-45 minutos de viagem até nossa próxima parada: O Big Basin Redwoods State Park, o mais antigo parque estadual da Califórnia, criado em 1902 justamente para preservar a espécie que era amplamente explorada na região. E que hoje abriga a maior população contínua de sequóias costeiras (Coastal Redwood) centenárias e milenares da costa Californiana ao sul de San Francisco.
Entrando no Big Basin Redwoods State Park na Califórnia
O parque é composto por cerca de 73.000 Km2 de florestas de sequóias e florestas mistas com outras coníferas, carvalhos e habitats ribeirinhos em diferentes estágios sucessionais.
Acesso aos Acampamentos no Big Basin Redwoods State Park
Não preciso nem comentar da minha alegria em estar dirigindo e depois caminhando dentro desta floresta. Uma verdadeira floresta de gigantes… É como se por um momento tivessemos voltado no tempo em que o homem interagia com o ambiente sem o destruir da forma que estamos destruímos nos últimos 150 – 200 anos.
Estrada dentro do Parque Big Basin Redwoods
Se a sensação de caminhar por uma floresta de Sequóia praticamente intocada é uma experiência única para uma pessoa normal, imagine então o que isso representa para um florestal como eu? Afinal estas são as florestas com maior área basal que existem no mundo. Para quem nunca ouviu falar o que é área basal florestal. Basicamente trata-se da razão em m2 de madeira existentes em 1 hectare de terra. É mais ou menos como se toda a floresta fosse cortada à 1,30 m do chão, se tirasse uma fotografia e se calculasse quantos m2 de madeira existia naquele 1 hectare de terra.
Floresta no Big Basin Redwoods State Park
Na verdade chega a ser triste pensar que toda esta região em que estávamos viajando num passado não muito distante era todo coberta por esta forma de vegetação tão peculiar. Obviamente paramos o carro diversas vezes ao longo da estrada que corta o parque para tirar fotos destes verdadeiros gigantes.
Uma das coisas mais legais nesta parte da viagem, foi desligar o ar condicionado abrir as janelas e respirar aquele ar puro de floresta com cheirinho de pinheiro. Para um Engenheiro Florestal não existe lugar melhor no mundo do que estar no campo.
Para se ter noção estas árvores são tão grandes, que é praticamente impossível conseguir fotografá-las inteiras sem uma lente com uma grande angular. Minha salvação foi conseguir fazer alguns panoramas utilizando fotos tiradas em sequência.  São essas fotos compridas aqui no Post
Sequoias gigantescas no Big Basin Redwoods State Park
Infelizmente, o tempo era pouco para tudo o que poderíamos ver e aproveitar no local, o parque tem mais de 80 quilômetros de trilhas. Além de um grande número de cachoeiras. Não sabia que existia a possibilidade de se alugar uma cabana para pernoitar dentro do parque. Se soubesse disso antes muito provavelmente teria programado um pernoite por ali.
Além disso, para aqueles que gostam de acampar o parque tem uma série de lugares especialmente designados para este propósito. Em vários deles podiamos ver o pessoal fazendo suas respectivas fogueiras, mais uma vez passei a entender porque grande parte dos incêndios florestais nos EUA tem origem neste tipo de atividade.
Estacionamento da Área de Camping
Demos ainda uma passada pelo centro de visitantes onde podemos aprender um pouco mais sobre a história do parque e sobre o ciclo de vida e destruição destas magníficas florestas.
Centro de Visitantes Big Basin Redwoods State Park
Uma das coisas que me impressionaram, tanto ali como quando visitei o museu de história natural de Nova York foi um disco de uma sequóia de uma árvore abatida, no caso do Museu em Nova York em 1891 em que boa parte da história da humanidade estava escrita em seus anéis de crescimento.
Entre eles, o que talvez tenha mais me impressionado era o fato que a cerca de uns 6-8 centímetros da casca, uma das marcações dizia “Corrida do Ouro, 1849.” Foram nestes derradeiros centímetros que marcaram o fim da existência daquela árvore, que nós seres humanos havíamos praticamente liquidado toda uma floresta de cerca de 2 mil anos de idade.
Tronco de Sequóia explicando a história – Dendrocronologia
Se pararmos para pensar aquela árvore já era adulta quando Cristóvão Colombo chegou à Ámerica, e que provavelmente era uma pequena árvore quando o Império Romano caiu em 476 d.C…
Uma coisa é fato pouquíssimas árvores deste porte sobraram. Mas vê-las pessoalmente e ao vivo é realmente algo de se tirar o fôlego.
Tronco de Sequóia
O fim das grandes florestas de Sequóias começou em 1848, quando ouro foi descoberto na região de Sacramento. O que levou os Estados Unidos a desbravar o Oeste do seu país. Mas alguns empresários logo concluíram que além do ouro, havia ali uma fonte ainda mais acessível de riqueza: a madeira avermelhada das redwoods que além de abundantes apresentavam excelentes caracteristicas e propriedades para construção Naval e Civil.
Antes mesmo de o Ouro ser descoberto a demanda por este recurso florestal já era aquecida. Imagine após a notícia da descoberta do Ouro, que fez a população do estado da Califórnia quadruplicar em menos de uma década.
Com o tempo, foram surgindo os “barões da madeira”, os quais adquiriram milhares de hectares de terras, inaugurando uma Era que prossegue até hoje. Um dado interessante é que dos 650 mil hectares de florestas de sequóias, 34% pertencem a três empresas, 21% estão sob controle dos governos estadual e federal e o restante fica em pequenas propriedades.
Enorme sequóia parcialmente queimada 
Outro pico de destruição destas florestas foi causado pelo terremoto e os incêndios que devastaram San Francisco em 1906, o que acelerou ainda mais a derrubada destas árvores. Para suprir a demanda da reconstrução, vilarejos madeireiros brotaram onde haviam sequóias, e empresas adotaram processos cada vez mais industriais de colheita e beneficiamento florestal. No começo se utilizava a tração animal, com o desenvolvimento tecnológico pequenos motores conhecidos como “burros a vapor” arrastavam as toras, até ferrovias de bitola estreita, onde a madeira era então transportada para as serrarias.
Por outro lado a derrubada também ajudou a deslanchar o movimento conservacionista moderno. Não é a toa que a Califórnia seja considerada como uma das precursoras neste movimento. Tanto que se pararmos para pensar o Parque Nacional de Yosemite foi um dos primeiros parques criados voltados para a conservação da Natureza na América do Norte. No caso do Yosemite ele foi criado antes do Big Basin como parque estadual em 1864, mas passou a categoria de parque Nacional posteriormente.
O Big Basin Redwoods State Park, desta forma é o parque estadual mais antigo do estado da Califórnia e a idéia de sua criação, surgiu por volta do anos 1900. Quando cidadãos preocupados com o futuro destes gigantes fundaram o Sempervirens Club, cujas atividades levaram à criação, dois anos depois, do Parque Estadual de Sequoias Big Basin.
Na década de 1920, a organização Save the Redwoods começou a comprar os bosques que se tornariam o esteio dos parques estaduais da Califórnia, uma política de aquisições que prossegue até hoje.
Imponência de uma seqúoia em comparação ao tamano dos carros 
O último e mais intenso surto de desmatamento teve início após a Segunda Guerra Mundial. No início da década de 1950, nesta época as serrarias produziam cerca de 2 milhões de metros cúbicos de tábuas por ano, um nível que se manteve até a década de 1970. Uma época sombria em que se utilizava o corte raso e o uso dos enormes tratores amarelos da  Caterpillar que além de acabar com a floresta ainda “jogaram” uma avalanche de terra nos cursos d’água através da erosão dos solos desprovidos de cobertura vegetal.
Como resultado os cardumes de salmão encolheram, e o mesmo aconteceu com outras espécies de animais que viveram por milênios nestas florestas de Sequóias. Hoje restam menos de 5% dos cerca de 800 mil hectares de floresta virgem, a maior parte em parques e reservas como esta que tivemos o prazer de conhecer.
Infelizmente não tivemos a chance de ficar mais tempo no local. Mas de toda forma fiquei extremamente satisfeito com esta oportunidade. Muito embora tenha em mente que estes parques talvez não sejam sequer comparáveis aos parques encontrados ao norte de San Francisco e muito menos ao que estas florestas eram em seu estado natural.
Carro no Acostamento na estrada dentro do Castle Rock State Park
Já era finalzinho da tarde quando apenas passamos pelo último dos três parques estaduais que visitamos. O Castle Rock State Park. Como ele esta numa altitude mais elevada as sequóias tem um porte mais reduzido e não são mais tão dominantes na paisagem. De toda a forma a vista da estrada para este parque era belíssima.
Vista de uma das paradas na estrada no Castle Rock State Park na Califórnia
Desta forma termino este post refletindo sobre o que o homem foi e é capaz de fazer com o Meio Ambiente. Não apenas na Califórnia, mas trata-se de uma relação muito antiga entre o homem e as florestas que vem desde a antiguidade em que o homem acaba com os recursos florestais / naturais em nome de seu conforto, desenvolvimento e bem estar.
Visual das Florestas no Alto do Castle Rock State Park 
É uma pena saber que continuamos a repetir os erros do passado. Estes dias mesmo li uma reportagem que mais da metade do cerrado Brasileiro, já foi destruído dando em grande parte, espaço para a expansão da fronteira agrícola do nosso País. Isto ainda sem mencionar a floresta amazônica. A maior e mais rica floresta em Biodiversidade no mundo. E que sabemos também corre sério risco de destruição.
Video sobre a Exploração das Florestas de Sequóias na metade do Século XX
Podemos traçar ainda, diversos paralelos da destruição destas florestas com a destruição da Floresta de Araucária no Sul do Brasil, assim como casos mais extremos em que a depredação do recurso foi tão séria que a própria civilização entrou em colapso como o caso da ilha de Páscoa, dos Fenícios entre tantos outros

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